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14 de outubro de 2012

A Lua

Quando olhei
O sol já se pusera
A noite viera
Lentamente
Foi envolvendo aos poucos
A rua
Foi devorando os sons e os silêncios
Foi-se extinguindo a luz e depois,
Lentamente, a escuridão
E a lua já brilhava
Lá no alto, cândida, fria
Era ela,
Era ela quem ansiava
Já sabia que viria
Dominou por completo o meu caminho
Foi surgindo de mansinho,
Vinda do nada.
Era noite feita luz
Era noite feita vida
Viria ela para a despedida?!
Que companhia desejada.
Ela muda, calada
E apenas assistia.
Pela sua palidez manchada
Diria não estar enganada
Ao pensar que pressentia
Lançou quase propositadamente
Um raio na minha direcção,
Como que a iluminar a mão
Que a arma continha.
Esbocei um sorriso
Em sinal de compreensão.
Da lua foi um gesto em vão…
Já nada me impediria.
Ela, cândida, fria,
Muda, calada, assistia
Foi momento de revelação.
Um mocho piou
Uma nuvem passou
A escuridão…
De novo a vontade
Sentei-me no chão
Olhei a lua
Na sua imensidão
Disparei, caí
Fim de noite
Final de canção.


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