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20 de julho de 2013

Carne

Feito carne pulsante
Não mera ideia, mero sonhar
Num arrepio de êxtase
Preso na magia de um olhar
Feito beijos
Não simples toque, não simples provar
Guardado atrás de uma porta
Aroma quente no ar
Feito marca
Não apenas saliva, não apenas suor
Enleados os corpos
Desejo profundo e maior
Feito fome
Não simples desejo, simples buscar
Numa revolta urgente
Incapaz de saciar
Feito noite estrelada
Não era tempo, não era lugar
Momentos de fina loucura
Um corpo por outro corpo a amar.

18 de julho de 2013

Futuro no Passado

Dou por mim sentada na cama. No computador passa um dos meus filmes favoritos “moulin rouge”
Recordo-me de tanta coisa, relembro-te, envolto no meu abraço, enquanto te murmuro as palavras “come what may”.
Passa mais uma noite. E outra parte do passado que surge.
E sou envolta em outro abraço, confortada em outro olhar. Um rasto de caricias e beijos.
Relembro-me da matéria física de que sou feita. Retomo a noção da extensão do meu ser.
Submersa no passado. Foi nessa prisão que cortei as amarras. Foi a ligação “ao que já foi”, que me fez perceber que o importante é “o que poderá ser” e não “o que poderia ter sido”.
Existes e sempre irás existir. Mas eu também preciso espaço para existir, para “ser”.
E reconheço o meu sorriso, o meu olhar, que aos pouco recupera o brilho.
Um mergulho no passado, que me reabre os olhos para o futuro.
Deixo-te ir!
Na esperança de conseguir desligar-te e criar novas ligações. De me inteirar, desde as memórias ao momento, de me recriar, moldada a mim e não a ti!!
Porque sei, agora, mais do que nunca, posso encontrar-me onde menos espero. Posso reconstruir-me sem ti!
Deixo-te ir, solto, livre, feliz. Desejando poder, também eu, partir livre das recordações que me têm mantido presa a ti.