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19 de julho de 2012

Versos Mudos

Folhas em branco
De um livro que não escrevi
Pedaços de uma vida
Letra de uma cantiga
Amostras do que senti
Pauta preenchida
Com notas que não canto
Noite de sorrisos
Momentos precisos
Segundos de encanto
Segmentos de recta
Que nunca se tocam
Ângulos que falham
Teoremas que não calham
Ideias que chocam
Espelhos baços
Reflexos desfocados
Imagem perdida
De uma vida esquecida
Um futuro negado

E fiz-me palavra
Nos versos que canto
Na música que guardo
Escondo o meu pranto
Nas horas que passam
No tempo esquecido
Nas margens do tempo
O tempo vivido

Vesti-me de luto
Sem negro nem dor
Recebo a saudade
Encaro a verdade
O poder destruidor
Gravo no peito
Lembrança apagada
Perco o caminho
Avanço sem destino
Sigo essa estrada
Gotas de chuva
Tempestade atroz
Raios que matam
Trovões que marcam
Que calam a voz
Nas teias de seda
Que uma aranha teceu
Prendem-se os restos
Calam-se os versos
Que o tempo esqueceu

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