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1 de agosto de 2012

Espuma

Sobre o leito que me estendes
Pelas brumas em que vivo
Um silêncio escuro
Sem porto, sem abrigo
Na neblina que me esconde
Na escuridão do abismo
Um grito abafado
Uma luz que não atinjo
Na lembrança já perdida
Na ânsia do sonhar
Um aperto no peito
O não poder respirar
Por entre loucos gritos
Que já não consigo calar
Mergulho num só salto
No profundo desse mar
Calo o grito que dói
Calo a voz que sufoca
Mergulho nesse mar
Uma viagem sem volta
E na espuma do meu grito
No escuro que me envolve
Fiz-me gota de sorriso
  Neste mar que me consome.

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