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22 de junho de 2012

O medo

Carros em sentido contrário
Com luzes capazes de cegar
Prémios milionários
Que todos querem ganhar
Novelas, filmes de acção
Herói, vítima é só escolher
Vidas de robot
Que temos de viver
As sarjetas entupidas
O esgoto da alma a vazar
Chuva ausente
E a terra do corpo a secar
A impotência para agir
Obediência à sociedade
Vida fraca
A crua realidade

A ausência de força
Que me leva a reagir
O medo da verdade
Que posso ter de ouvir
O choque real
Que posso levar
Não é sonho, é a verdade
Não vale a pena lutar

Perco a batalha e a guerra
Não luto mais por quem eu sou
A vida é e será esta
Nem esperança me resta
Entrego-me.
Por inteiro me dou.

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